Era incontestável que
Jesus tinha muito conhecimento sobre as Escrituras e maior ainda era Sua
habilidade em responder as questões que lhes eram propostas. Mas diante de um
público admirado estavam também os escribas enviados pelo Sinédrio com a
finalidade de pegar Jesus em algum deslize teológico para acusa-Lo de heresia
ou blasfémia. Marcos descreve um episódio ocorrido na última semana antes da Sua
crucificação, quando os conflitos entre Cristo e os líderes religiosos chegaram
ao seu auge. Um desses doutores da Lei aproximou-se de Jesus, para, em uma
pergunta capciosa, fazê-Lo tropeçar em Suas palavras, pois mesmo reconhecendo que
Ele respondia com autoridade não era a sinceridade de coração e o desejo de
obedecer a Deus que o movia; “Ao perguntar qual é o grande mandamento na lei?”
aquele escriba queria por Jesus à prova, pois Jesus estava sendo acusado de ser
um revolucionário e de ir contra a Lei dada por Moisés. Em várias passagens
vemos que Jesus era acusado por não guardar o sábado, por comer com pessoas
‘impuras’, por não lavar as mãos cerimonialmente, dentre outras coisas que,
para os escribas e fariseus, estariam acima da autoridade contida no Pentateuco.
Se Jesus se colocasse acima de Moisés seria um excelente motivo para condená-Lo
e para que o povo O odiasse. Como Jesus sempre respondia com autoridade e
habilidade sem se comprometer, com essa pergunta, os seus inimigos esperavam
que Ele tropeçasse, pois a questão do maior dos mandamentos era um assunto muito
polêmico entre eles. Justamente porque eles próprios negligenciavam alguns mandamentos
e exaltavam outros puramente dogmáticos esperavam que Jesus titubeasse na
resposta. Mas vemos que, independente dos motivos escusos dos interrogadores, Jesus
não citou dois da lista dos “Dez Mandamentos” do Antigo Testamento, tampouco
ressaltou algum sobre o comportamento externo do homem. Embora não tenha citado
o Decálogo, citou outros discursos de Moisés, devidamente registrados no
Pentateuco, portanto, conhecidos pelos doutores da Lei. Com isso, Ele deixou
claro que Deus deve estar acima do homem, e o serviço a Deus acima de causas
humanitárias, sem, contudo, diminuir a importância de servir ao outro, pois é impossível
amar a Deus sem amar ao próximo. Ao contrário do que os judeus esperavam, Jesus
demonstrou que esses mandamentos não vêm da Lei, todavia, a Lei vem desses
mandamentos e encontra respaldo no que disse Moisés.
Amarás, pois, o Senhor teu Deus de
todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. (Deuteronômio
6:5) e Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas
amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.(Levítico 19:18)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos o seu comentário!