Ao percorrermos o
caminho da Cruz, descrito pelos evangelistas vemos que vários foram os
personagens citados, mas um centurião, anônimo, deu-nos uma declaração que
ratifica a certeza de que o Homem crucificado entre os dois ladrões era
verdadeiramente um inocente. Mais do que isso: era o Salvador. Dentre algumas
pessoas citadas nesse episódio como e que de alguma forma participaram dessa
história que mudou o curso da humanidade, lembramos Simão Cireneu, que sem
saber foi obrigado aa carregar a cruz que nos liberta. O violento Barrabás, que
ganhou algum tempo de vida porque foi escolhido pelo povo para ser livre da
cruz, enquanto Aquele que poderia lhe dar a vida eterna morria em seu lugar. O covarde
Pilatos que preferiu delegar à multidão a decisão que lhe cabia e na sua omissão
sentenciou o Salvador à morte de cruz. O irônico ladrão, sentenciado à morte ao
lado de Jesus, que preferiu aproveitar seus últimos minutos zombando Daquele
que nenhum mal fez, e que, ao contrário de seu colega também condenado, morreu
sem aproveitar a oportunidade de remissão de seus pecados. Os soldados que se
preocuparam em lançar sorte sobre as vestes do Homem que crucificavam, sem se apropriarem
de um tesouro muito maior que lhes era dado de graça. Sem falar daqueles mais
conhecidos como as mulheres que apesar de sua condição inferior naquela
sociedade escolheram dedicar a Jesus o que dispunham: serviço, amor, perfume...
Mas não podemos nos esquecer daquele que converteria seus erros na base da
Igreja, porque se arrependeu de suas fraquezas e se tornou pedra firme quando
foi tocado verdadeiramente por Aquele que se deixou crucificar. Também é
preciso lembrar de outro discípulo que forma contrária trocou a Verdade pela
mentira e se vendeu por algo corruptível que o levou à morte. Alguém que
decidiu abandonar os amigos, e que pagou o amargo preço da traição. Alguém
decidiu caminhar sozinho e que trocou a amizade sincera pelo dinheiro e por uma
causa obscura. Mas Marcos nos relata na passagem da Cruz uma confissão
surpreendente. A do centurião que estava diante de Jesus no momento de Sua morte.
Um oficial acostumado às crueldades da crucificação, responsável por garantir
que a sentença de Jesus fosse executada. Aquele homem diante de Jesus não viu ou
ouviu um mero condenado, mas o Filho de Deus, cedendo Sua vida por ele, por
nós, pelo ladrão ao Seu lado. Ele foi testemunha do Salvador que oferecia perdão
à multidão e esperança a um ladrão arrependido e se não viu os milagres que
muitos outros presenciaram viu o milagre da morte de Jesus. Aquele centurião fez
a confissão de fé que nos é possível ainda hoje. Aquele centurião viu o
cumprimento da profecia de Isaías 53: 12.
Por isso lhe darei a parte de
muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua
alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o
pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.
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